A partir de agora, tentarei fazer
um resumo de histórico familiar, falando de meus pais e irmãos. Sem obedecer a uma ordem cronológica, registrarei
fatos de meu conhecimento, contando com a importante ajuda de colaboradores.
MINHA MÃE...
MARIA VITAL DE LIMA e Pedro Ludgero de
Mendonça Lima tiveram onze filhos, dos quais sou o caçula. Viúvo, meu pai casou com dona Eloy e
tiveram mais seis filhos. Como mencionei no texto NASCI, não conheci minha mãe, pois ela sofreu complicações
em sua saúde, em decorrência da explosão de um foguete, embaixo de sua cama,
ocorrido em 29 /06/1934, quando eu tinha
apenas 6 dias de nascido. Em busca de
recurso médico, foi levada às pressas para Manaus, onde faleceu pouco tempo
depois. Seu nome de solteira era Maria Rebello Vital, filha de Fortunato Fóscolo Vital e Bárbara
Rebello Vital, ele oriundo de Escada-PE .
Seus pais tiveram 15 filhos. Eram
irmãos de minha mãe, Raimundo,
Ernestina, Antonio, Guiomar, Cecilia, Raul, Erotides, Dolores, Manuel, Miguel, Edmundo,
Helena, Romeu e Agenor (*). Parece que, na época, era comum os casais terem filhos contados em
dois dígitos, o que me leva a acreditar que, entre outros fatores, não eram
assediados pela TV, facebook ou
watsapps. Dentre eles, conheci apenas as tias GUIOMAR REBELLO VITAL ( MINA), residente em
Itacoatiara e EROTIDES REBELLO VITAL, em
Manaus . A tia Mina era uma criatura enérgica,
sem “papas na língua”, tanto ativa como caridosa. Casada com Silvino Montenegro, tiveram cinco
filhos, Maria Amélia (Milica), Maria do
Carmo, Aurélia, Miguel e Antonio. Com
todos eles convivi em Itacoatiara, na
época de minha infância e juventude, porém,
foi com Antonio e Miguel, que tive
continuidade no relacionamento, nas várias
visitas que lhes fizemos em São Paulo,
onde passaram a residir. A Tia EROTIDES era uma pessoa destemida, vibrante
e, desde jovem, muito estudiosa e
dedicada aos livros. Em Manaus, foi a primeira mulher a subir num palanque em
ato público, diante de autoridades, quando fez um discurso eloquente, elogiado pelo então governador do Estado,
grande escritor e poeta, dr. Álvaro Botelho Maia, que conhecia sua destemida luta pela causa dos menos favorecidos quando
escreveu em seu livro “ Em tôrno do caso Amazonas”, de agosto/1931, o seguinte : “...o excelsior
resplendente da mulher entoado, como um dies irae luminoso, por Erotides Vital,
flôr de amazonismo ardente, valem por um balsão de honra e glória”(**) . Foi, no Amazonas, uma das pioneiras em lutar pela liberdade da mulher. Não ligava
para a opinião de algumas senhoras que diziam : “ mulher tem que estar em casa,
cuidando das crianças, lavando e cozinhando,
em vez de se envolver em política” . Sem dar bola para a opinião pública, dedicou-se
de forma apaixonada pela candidatura de seu esposo, Dr. Manoel Elias Anunciação,
eleito, se não me falha a memória, Deputado Federal. Tiveram seis filhos, Maria da Conceição ,
Antonio, Maria do Carmo, Erotides, Francisca e Flávio. Dentre eles, conheci desde criança o Antonio (Tonico), que depois serviu o exército, época em que, como excelente pianista, fundou uma orquestra
que tocava nos principais clubes de Manaus. Saiu do Exército para Banco
do Brasil, estudou Direito e atuou como
advogado. Em seguida, prestou concurso e foi nomeado Juiz de Direito, não sei
de que Comarca. Em outubro 1995, em Natal
com Flávio e Dorinha visitamos sua esposa Auxiliadora, seus filhos Tonico (14)
e Lucinha (11), o Antonio estava em Roraima. Ao mudarmos para Niterói, desde 1995 tivemos o
prazer de visitar muitas vezes minha prima Maria da Conceição ( a Conchita) e
sua família e, por ocasião de uma festa de aniversário, revi Maria do Carmo (Carminha) e o Flávio, que conheci rapidamente quando trabalhava na Casa da Moeda, na avenida Rio Branco- RJ. Não
lembro ter conhecido as primas Erotides e a Francisca. Finalmente, restando-me pouco conhecimento de minha
mãe, soube que ela tinha o porte e a bondade da querida e saudosa mana Tereza,
por isso era chamada de Santinha e que vivia integralmente para o lar, com
dedicação e muito amor. Entretanto,
apesar de todo meu interesse, não consegui ver o seu porte, o seu semblante , os traços
de seu rosto, ou o brilho de seus olhos, pois sempre me foram negados por aquela perseguida foto que eu nunca encontrei.
(*) Agradeço essa Informação ao livro intitulado FAMÍLIA VITAL,
fruto do esforço e dedicação de meu primo e amigo, Miguel Raymundo de Oliveira
Vital, tabelião em Mana
(**)
Consta do pequeno (13 páginas) mas rico registro biográfico da tia Erotides, de
autor que não identificado.