terça-feira, 5 de setembro de 2017

Minha família



                                                 
Com cinco anos de idade, estou nesta foto, entre as pernas de meu pai, juntamente com todos os meus 10 irmãos. Como já falei antes, minha mãe faleceu depois de  poucos dias de meu nascimento.    Fui criado sem saber que Pedro Ludgero de Mendonça Lima era meu pai, fato só esclarecido, com algum trauma, nos meus 14 anos de idade.  Eu chamava meu pai de tio, por ser ele tio de meu pai de criação. Eu não sabia por que me arrumaram muito cedo, com roupa e sapato novo, mas, por volta de 11 horas da manhã, três dos meus irmãos chegaram, em baixo de uma marinaneira, onde eu estava em companhia de meus pais de criação, Floro Rebelo de Mendonça e de sua esposa Nunila Barros de Mendonça, que conversavam alegres com alguns vizinhos.  Um deles me convidou a participar da foto reunindo todos os irmãos.  Enfureci-me, como sempre fazia quando me chamavam de filho do Pedroca, e arremessei um boneco-rolador, com cabeça feita  de uma grande bola de chumbo, errei do meu irmão e acertei a canela do Floro que quase desmaiou.  Chorei, me recusei a ir com eles, mas, o meu irmão mais novo, o João Batista, ficou conversando calmamente comigo, disse que era importante minha participação pois faziam questão de ter na foto também um primo.  Foi me conquistando aos poucos e me convenceu dando-me carinho e  duas enormes moedas de quatrocentos reis, que, se observarem, pesam no bolso de minha blusa.  Observei que o fotógrafo foi localizando um por um dos presentes, tendo por trás uma cortina preta.  Fiquei curioso de ve-lo entrar em baixo de um pano preto que lhe cobria a cabeça e parte dos ombros,  e com a mão mexia num vidro luminoso, saindo e voltando várias vezes, a cada momento em que arrumava um de nós.  Todos atentos!  Não se mexam!, ordenou,  e uma lâmpada explodiu assustando-me ao emitir um forte raio de luz.  Saí satisfeito, com 800 reis no bolso, convicto de que minha foto era com meus primos e meu tio.
                                        




Meus irmãos: (em pé) Wilson, Jurandir, Otoniel, Gerson, Pedro e Edson e (sentados) Tereza, Ermelinda, João Batista e Antonio (Quitó).

Depois falarei a vocês sobre cada um deles.